Como surgiu a Cirurgia Pediátrica?
Dr. Marcelo: A Cirurgia Pediátrica surgiu na segunda metade do século XX em virtude de alguns cirurgiões da época observarem como as patologias cirúrgicas na criança eram diferentes em gênese e correção se comparadas com os adultos. O advento de novas técnicas cirúrgicas, o treinamento de médicos como cirurgiões pediátricos, o surgimento das UTIs pediátricas e neonatais, da alimentação parenteral, entre outros eventos, trouxeram como resultado a possibilidade de sobrevida de bebês extremamente pequenos, prematuros, de baixo peso e como patologias congênitas que no passado eram incompatíveis com a vida. A Cirurgia Pediátrica não se tornou uma exceção e sim uma necessidade na correção de patologias cirúrgicas em crianças, as quais possuem defeitos de desconhecimento de cirurgiões gerais que não passaram por tal treinamento e na sua maioria desconhecem a origem dessas patologias, mesmo as mais simples.
Como atua o cirurgião pediátrico?
Dr. Marcelo: O treinamento do cirurgião pediátrico não inclui somente o domínio de técnicas, mas também a lida diária com crianças, a maneira correta da abordagem, os cálculos de medicações, soluções de hidratação, drogas etc.. Tudo isso torna o cirurgião pediátrico o especialista adequado frente a um recém-nascido, uma criança maior ou mesmo um adolescente com patologia que necessite de correção cirúrgica.
Quais são as patologias mais comuns que precisam de correção cirúrgica na infância?
Dr. Marcelo: As mais comuns são:
•A fimose, avaliada caso a caso e com indicação cirúrgica associada a casos de balamopostites (infecções na região distal do pênis), infecções urinárias de repetição, etc...
•as hérnias inguinais que devem ser corrigidas tão logo sejam diagnosticadas, evitando-se assim o seu encarceramento (aprisionamento do conteúdo herniado na virilha ou bolsa escrotal), tornando-se uma emergência médica;
•a criptorquidia (ausência do testículo na bolsa escrotal);
•a hipospadia (defeito onde a uretra não termina na ponta do pênis);
•A infecção urinária de repetição é outro problema que deve ser investigado de maneira incisiva. Se não tratados adequadamente deterioram a função renal com os passar de meses ou anos.
Como é a interatividade com outros especialistas?
Dr. Marcelo: O cirurgião pediátrico mantém uma íntima relação de confiança e trabalho com o pediatra, com o intensivista pediátrico e o neonatologista e muitas vezes trabalha a quatro mãos com tais colegas na superação das dificuldades inerentes a patologias sofisticadas de bebês ou crianças maiores, obtendo resultados mais promissores e superando expectativas. Aos pais e familiares fica a certeza de que ao optar pela escolha de um cirurgião pediátrico para corrigir um defeito cirúrgico no seu filho(a), estará frente a um especialista adequadamente treinado e habilitado.