Dr. Flavio Pierette Ferrari
- médico alergologista
- CRM/RO 2415 / RQE 1287
- especialista em Alergologia pela ASBAI
- mestre em Pediatria pela UFPR, com área de concentração em Alergologia e Imunologia Pediátrica
NEOMED
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O difícil diagnóstico de alergia alimentar
É crescente a suspeita de alergias alimentares em pessoas de todas as idades. E na maioria das vezes os sintomas não têm relação evidente com qualquer alimento, ou seja, percebe-se uma alergia, mas não fica claro a quê. Sabemos que alergias alimentares podem causar principalmente reações dermatológicas e digestórias, raramente respiratórias e eventualmente em mais de um órgão, as reações anafiláticas.
Como descobrir a causa? Para o especialista, a anamnese é o principal, sendo os exames laboratoriais secundários, e solicitados com muita cautela. O primeiro passo é descobrir qual o mecanismo de alergia envolvido, pois são vários. Cada mecanismo de reação imunológica produz sintomas diferentes, e a clínica norteia a investigação. Se os sintomas forem aqueles causados pelo anticorpo IgE, esse pode ser dosado. Mas isso deve ser feito apenas se houver história evidente de sinais e sintomas associados ao consumo do alimento, ocorrendo todas as vezes que ele é consumido, e cessando com a parada da ingestão.
Nesses casos, podemos fazer o teste alérgico na pele ou dosarmos IgE no sangue (sabendo que os valores de normalidade variam por alimento e idade, algo que não é seguido pela maioria dos laboratórios). Se for negativo, exclui a suspeita, se positivo, deve ser confirmado com provocação (ingestão controlada do alimento). Isso porque muitas pessoas têm exame positivo para vários alimentos, mas sem sintomas. Nessa situação, não se deve excluir o alimento da dieta.
Por isso a história é mais importante que o exame. Não se deve, portanto, fazer exames para dosar IgE, no sangue ou teste cutâneo, sem que haja suspeita clínica. E menos ainda suspender sua ingestão apenas por alteração no exame, quando esse alimento sempre foi consumido sem causar sintomas.
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