Normalmente lança-se mão da anestesia para que seja realizada uma cirurgia. Portanto, para ter mais segurança no procedimento, o paciente deve ser avaliado por um especialista, ou seja, o médico anestesiologista. Esta avaliação feita antes de receber uma anestesia se chama consulta ou avaliação pré-anestésica. Nesta consulta, o paciente responderá diversas perguntas sobre seu estado de saúde atual e pregresso, e será examinado pelo anestesiologista. Assim, conhecendo toda a situação de saúde do paciente, medicamentos que faz uso, ele consegue planejar melhor a anestesia, tornando-a mais segura e satisfatória.
Na consulta pré-anestésica prevemos e atuamos para evitar possíveis complicações que poderiam ocorrer se o médico que está intervindo não soubesse do fato. Por exemplo, se o paciente toma diversas medicações, será orientado qual remédio deverá parar antes, ou continuar até o dia da cirurgia; quem toma remédio anticoagulante (para "afinar" o sangue), deve parar uns dias antes para que não tenha sangramento exagerado na cirurgia (o número de dias antes depende do tipo de remédio). Num paciente diabético será tomado o cuidado de medir a glicemia mais rigorosamente durante a cirurgia.
É na consulta pré-anestésica que o paciente tira todas as suas dúvidas sobre a anestesia que será administrada, e certamente se sentirá mais seguro para ser anestesiado. É nesta avaliação pré-anestésica que já começa o planejamento da anestesia.
Mais importante que ser obrigatória, a consulta pré-anestésica é um DIREITO do paciente que vai ser anestesiado para cirurgia ou exame diagnóstico. Se o paciente será submetido a uma cirurgia, deve solicitar que seu médico cirurgião lhe encaminhe para ser avaliado por um médico anestesista. Tirando todas as dúvidas, o medo do paciente de ser operado minimiza, facilitando um bom resultado pré, trans e pós operatório.
Fumar, beber e usar drogas torna mais arriscado para ser anestesiado e operado?
Sim, cada vício tem um certo efeito ruim para o procedimento anestésico-cirúrgico. Fumar aumenta o risco de complicações respiratórias. Parar de fumar antes da cirurgia é sempre recomendado.
O uso crônico de bebidas alcoólicas pode alterar o funcionamento do fígado, modificando a interação dos anestésicos com o seu organismo, também aumentado o risco de complicações. O uso de drogas é pior ainda. Drogas estimulantes como a cocaína e as anfetaminas (usadas na tentativa de emagrecer facilmente) podem causar arritmias e outras alterações cardíacas, que podem ser até fatais quando interagem com alguns tipos de medicações usadas no hospital.
Dessa maneira, é importante ser honesto e contar tudo ao anestesista, pois é sua vida que está em jogo. Sabendo dos riscos, a anestesia pode ser melhor planejada para tentar evitar e minimizar complicações.