Professora Me Fátima Gavioli
Secretária de Estado da Educação
Porto Velho-RO
O professor tem que acreditar no potencial do aluno
Quando fui convidada a escrever para o editorial da Ponto E, vi uma grande oportunidade de aproveitar este espaço que já é tão didático em seus artigos e descrever um pouco sobre as relações existentes no ambiente escolar. “De onde menos se espera, daí é que não sai nada”! A frase jocosa é apenas uma máxima do Barão de Itararé, personagem do humorista Apparício Torelly (1895-1971). Mas, de certa maneira, pode ilustrar também um conceito sério da profecia que se autorrealiza. Se o professor não acreditar no potencial do aluno, tende a se esforçar menos para que ele aprenda, gerando com seus atos um impacto negativo que acaba confirmando a expectativa criada anteriormente.
Tabulações feitas pela economista Paula Penko (2014) do Instituto Ayrton Senna, evidenciam o quanto é preciso estar atento a este fenômeno. Nos questionários respondidos pelos professores na Prova Brasil, exame aplicado a todas as escolas públicas do país, foi possível identificar que, em colégios que atendem crianças de menor nível socioeconômico, 60% dos professores do 5º ano do ensino fundamental não acreditam que quase todos os seus alunos concluirão o ensino médio. Em estabelecimentos onde estudam filhos de pais mais ricos e escolarizados, ocorre o inverso: 100% dos professores dizem acreditar que quase todos os seus alunos concluirão o ensino médio. Sem dúvida a pobreza e a baixa escolaridade dos pais são fatores de forte impacto negativo no aprendizado, tornando mais complexa a tarefa de ensinar, mas também a visão que isenta o professor de qualquer responsabilidade nos resultados: “É triste quando o professor não acredita em seus alunos e não se vê como fator determinante do sucesso. Muitas vezes, ele entende que está fazendo o seu melhor, e que o problema está na indisciplina e desinteresse. Nesse ponto, alunos e seus mestres concordam: os jovens costumam apontar o desinteresse pela escola como o principal motivo para abandoná-la, e os professores, por sua vez, destacam justamente esse desinteresse como uma das principais causas do fracasso escolar. Mas é também curioso constatar que 79% dos docentes de alunos mais pobres citam a baixa autoestima como um dos maiores problemas de aprendizagem” (PENKO, 2014).
Se o próprio professor não acredita que seus alunos possam progredir nos estudos, como esperar que eles pensem o contrário? Sorte que estes docentes são minoria, então é possível reverter esta realidade.
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