O esôfago é um órgão comprido que se assemelha a um tubo. Liga a boca ao estômago. A atresia de esôfago, uma doença bastante grave, é caracterizada justamente pela interrupção desse canal tão importante, impedindo a passagem do leite materno.
Existem diversos tipos de atresia de esôfago. Nesta doença o órgão é separado em duas partes, sendo que a porção superior geralmente não se comunica com a inferior, terminando em um fundo cego.
Quando possível, o diagnóstico precoce, ainda na fase pré-natal, pode ser decisivo para a saúde do bebê. A partir dele, pode-se consultar um cirurgião pediátrico e fazer o planejamento correto do parto do bebê, que necessitará de cuidados especiais e cirurgia.
Bebês que nascem com atresia de esôfago necessitam de cuidados especiais. Eles não podem mamar, nem receber fórmulas pela boca, por exemplo. O manejo tem que ser especial. É preciso que a maternidade possua uma UTI Neonatal e uma equipe de cirurgia pediátrica neonatal preparadas para intervir assim que a atresia de esôfago for confirmada logo após o parto.
Na maior parte das vezes, os recém-nascidos com atresia de esôfago possuem alguma outra malformação, que também precisa ser diagnosticada. Por isso, a cirurgia para correção do problema costuma ser realizada alguns dias após o parto, para que todos os exames sejam concluídos. Até lá, os bebês são alimentados por via intravenosa e permanecem sob os cuidados da UTI Neonatal.
Nem sempre é possível identificar a suspeita de atresia de esôfago durante o pré-natal. Nesses casos, a doença é diagnosticada após o nascimento. Alguns dos sintomas mais comuns da atresia de esôfago são:
• Salivação excessiva e aerada;
• Engasgos e regurgitações constantes;
• Pneumonia.
A cirurgia para correção da atresia de esôfago é um procedimento que exige experiência. Nela, o médico cirurgião pediátrico precisa, além de refazer a ligação entre as duas partes separadas do esôfago, desfazer as conexões anômalas que porventura existam com a traqueia. O acesso para isso é através do tórax e, é claro, mediante anestesia geral.
Em alguns casos a distância entre os cotos (proximal e distal) é muito grande e não se consegue fazer a anastomose primária. Nestes casos o recém-nascido ficará com uma gastrostomia, e após estar grande e forte o suficiente, será reconstruído o trato alimentar alto (interposição gástrica ou colônica).
A cirurgia de atresia de esôfago tem como função devolver a capacidade normal de deglutição ao recém-nascido. No entanto, assim como em todo procedimento cirúrgico, algumas complicações podem acontecer. Deste modo, antes de dar alta ao bebê, os médicos realizam alguns exames para verificar se a anastomose (os pontos dados no esôfago) está funcionando corretamente.